Thursday, July 22, 2010

CABO VERDE: OS TRANSPORTES AÉREOS E A ROUBALHEIRA DA VENDA DOS BILHETES

Os TACV Cabo Verde Airlines, criada em 1958 e detida a 100% pelo Estado caboverdeano, possuidora de uma pequena frota internacional, constituida por apenas 2 Boeings 757-200 de 210 lugares (de nome B. Leza e Emigranti).

É, desde há muito, possível viajar de e para Cabo Verde, em voos internacionais regulares, com diversos destinos na Europa (Lisboa, Las Palmas, Paris, Londres, Amsterdão, Munique, Varsóvia e Roma), África (directamente para Dakar, Banjul e Bissau e por ligações a Conakry, Freetown e Abidjan), Estados Unidos (Boston) e Brasil (Fortaleza), através da companhia aérea nacional. A TAP Portugal, aliada de sempre da TACV complementa o rol de voos diários que liga Cabo Verde a Lisboa, principalmente.

Há muitos anos que se fala na recuperação de uma derrapagem estrutural e financeira, que trouxe consigo deequilíbrios, particularmente ao nível dos efectivos e da relação dos TACV com o número de passageiros transportados. Diz-se que as suas operações internacionais são rentáveis, as linhas inter-ilhas são maioritariamente deficitárias, com excepção à que liga a ilha do Fogo, que, diga-se de passagem, é das ilhas piores servidas a nível dos transportes, tanto a nível aéreo (aeródromo de má qualidade), marítima (inexistência de embarcações e portos que dê resposta às necessidade da ilha) e terrestre (rede viária, em calçadas esburacadas que não garantem nem conforto nem seguridade).

Do número de vôos que tiveram lugar aquando da última festas de São Filipe, pode-se concluir quão mal servido está a ilha do Fogo ao nível dos transportes! Que o digam os nossos emigrantes em férias, vindos dos EUA.

Aliás, os transportes aéreos domésticos, embora se diga regulares e abrangindo todo o arquipélago (com excepção da Brava e de Santo Antão – que também já deviam dispôr dos respectivos aeródromos/aeroportos, pois os discursos furados dos nossos governantes de que não existem condições em termos de terrenos para a construção de aeroportos nas duas ilhas é uma falsidade – quem não estiver de acordo que vá dar uma vista d’olhos ao Gibraltar http://en.wikipedia.org/wiki/Gibraltar_Airport ou Hong Kong http://en.wikipedia.org/wiki/Hong_Kong_International_Airport, para observer como foram construidos os respectivos aeroportos), em que as companhias em funcionamento são os TACV-Cabo Verde Airlines, utilizando 2 aeronaves ATR-72/500 de 68 lugares e 1 ATR-42/500 de 42 lugares, e a Cabo Verde Express, empresa privada adquirida em 2007 pela portuguesa Omni (BPN). Desde Julho de 2008, que uma nova companha aérea, a Halcyon Air, tendo como accionistas privados, portugueses e caboverdeanos, iniciou actividade.

A chegada da Halcyon Air, trouxe algumas esperanças, mas com um único aparelho, ela muito dificilmente conseguirá dar respostas à procura doméstica e regional (presume-se que seja este o seu objectivo de médio prazo), mas ainda assim, parece que associada à SATA, já oferece bilhetes Lisboa/Sal/Praia/Sal/Lisboa, por volta de CVE50.000 (50 contos na língua de terra) enquanto que os líderes do mercado, TACV/TAP, praticam preços que ultrapassam os CVE90.000 (>=90 contos), preço esse que é na maioria das vezes superior ao que praticam as companhias aéreas europeias para um percurso de Hong Kong a Lisboa, em vôos que dura cerca de 15 horas, devido á distância geográfica.

Pelo que, aproveitamos através deste desabafo, para perguntar :

Até quando o pobre emigrante/estudante caboverdeano terá que carregar às costas a má gestão, os esbanjamentos da companhia nacional ?

Como é possível ter um turismo de qualidade e em fase de expansão com os preços que praticam a dupla TACV/TAP ?

Porque será que o préco de um bilhete de viagem aérea para um percurso Lisboa/Praia, que é de cerca de 3,5 horas, situa-se muito acima da média internacional para destinos a distâncias semelhantes que estão entre os 30 a 50 contos ?

Será que essa estratégia de exploração adoptada pelo conjunto TACV/TAP, não merece supervisão/prounciamento das autoridades, particularmente as caboverdeanas ? Lembremos que os nossos emigrantes totalizam quase que o dobro da população nas ilhas, e que, a sua grande maioria, não visita Cabo Verde durante as férias, pois um bilhte na TAP/TACV é o equivalente a 2 meses de salários em Lisboa, para muitos, infelizmente!

Em economia de mercado, as empresas não podem viver de subsídios eternamente, pois esses, além de contribuir para a ineficiência, representa um encargo fiscal, retira os recursos dos sectores que podiam contribuir para o crescimento da economia, e afecta a competitividade do país, num processo irresponsável, em que os nacionais pagam os impostos – o grande bolo — de onde saem os subsídios do governo, para, logo depois serem novamente sugados com a venda dos tickets, enquanto passageiros.

Chegou a hora de quem de direito começar a pensar os TACV (lembremos quantos anos já se passaram desde a prometida privatização), a abertura dos céus (open sky) de Cabo Verde às companhias de baixo custos (low costs), na esperança de que poderá ser essa a solução, para a diminuição dos preços dos bilhetes, pois, nas situações actuais, não é prazer nenhum viajar com aquele que se autodenomina/clama a si – o Prazer de Viajar Bem - nem na qualidade de patriota e muito menos na de turista.

O governo deve criar condições para que as caboverdeanas e os caboverdeanos, possam viajar noutras frotas – (T)ake (A)nother (P)lane, que não (exclusivamente) os da TAP – a bem dos 4 aeroportos internacionais, a bem do nosso turismo e acima de tudo a bem de Cabo Verde.

Julho de 2010

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Introducing Cape Verde

Most people only know Cape Verde through the haunting mornas (mournful songs) of Cesária Évora. To visit her homeland – a series of unlikely volcanic islands some 500km off the coast of Senegal – is to understand the strange, bittersweet amalgam of West African rhythms and mournful Portuguese melodies that shape her music.

It’s not just open ocean that separates Cape Verde from the rest of West Africa. Cool currents, for example, keep temperatures moderate, and a stable political and economic system help support West Africa’s highest standard of living. The population, who represent varying degrees of African and Portuguese heritage, will seem exuberantly warm if you fly in straight from, say, Britain, but refreshingly low-key if you arrive from Lagos or Dakar.

Hot Top Picks For Cape Verde

1 Mt Fogo
Huff to the top of this stunning, cinder-clad mountain, the country’s only active volcano and, at 2829m, its highest peak.

2 Mardi Gras
Down quantities of grogue, the rumlike national drink, and dive into the colour and chaos in Mindelo.

3 Santo Antão
Hike over the pine-clad ridge of the island, then down into its spectacular canyons and verdant valleys.

4 Windsurfing
Head to the beaches of Boa Vista, and fill your sail with the same transatlantic winds that pushed Columbus to the New World.

5 Traditional music
Watch musicians wave loved ones goodbye with a morna or welcome them back with a coladeira.

6 Cidade Velha
Becomes Cape Verde's first World Heritage site in June 2009.
The town of Ribeira Grande de Santiago, renamed Cidade Velha (Old Town) in the late 18th century, was the first European colonial outpost in the tropics.
Located in the south of the island of Santiago, the town features some of the original street layout impressive remains including two churches, a royal fortress and Pillory square with its ornate 16th century marble pillar.