Tuesday, March 24, 2009

Desenvolvimento & Cultura

Estas poucas linhas vieram na sequência do recente artigo «As Festas Municipais e a Promoção da Música Foguense» do nosso patrício e dinamizador do Manduco.net, Kaka.

Vou tentar não ser extensivo, pelo que, começo este artigo com uma questão básica, mas não tão fácil de se pôr em prática.

Entretanto, antes de entrar na parte que mais interessa, faço uso de duas definições importantes para o enquadramento da questão.

Cultura: conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais dos cidadãos de uma determinada região territorial.
Desenvolvimento: um processo dinámico de melhoria, que implica mudança, evolução, crescimento e avanço.

Fica aqui transcrito a minha percepção/opinião sobre este assunto, permanecendo, pois claro, em aberto e contando com a contribuição dos demais articulistas/comentaristas para o seu enriquecimento.

Eis a questão:
Tendo em conta a realidade de Cabo Verde, um pequeno arquipélago formado por 10 Ilhas e uma imensa diáspora, dividido para efeitos administrativos em 22 Concelhos, quando se pretende promover o desenvolvimento social, em particular pensando na cultura, a quais dimensões devemos estar atento/a ?

A meu ver, essencialmente três.
A primeira é a dimensão identitária: não há desenvolvimento (i) se a informação sobre a história e o conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais não for do conhecimento de cada cidadão; (ii) se a preservação dos bens, das expressões e das iniciativas culturais não estiver assegurada e; (iii) se a qualificação profissional e a vitalidade criativa não forem estimuladas.

A segunda é a dimensão política: a promoção da cultura implica necessáriamente (i) a existência de um quadro legislativo consistente, que serve de suporte à gestão cultural e permite o enquadramento das políticas nos seus vários níveis; (ii) uma entidade vereadora que actua de forma autónoma, transparente, metódica e tem à disposição os recursos mínimos para desempenhar as suas funções, de entre as quais, garantir a participação dos actores da cultura nas manifestações culturais e; (iii) uma forte, estável e competente articulação supra-partidária, das autoridades administrativas com os intervenientes da cultura, privados/empresas e associações várias.

A terceira é a dimensão económica: o desenvolvimento, pressupõe certos princípios básicos, entre os quais a sustentabilidade, que só é possível (i) se a cultura passar a ser vista como contributo para o bem estar da população; (ii) se contribuir para melhoria da cadeia produtiva e; (iii) se se promover a cultura, tanto a nível interno como externo, de forma abrangente e actualizada, passando à priori pela protecção do património histórico-cultural, pela disponibilização de informações relevantes nos mídia, bem como pela organização/participação em festas/festivais.

Concluindo, de forma resumida, para promover o desenvolvimento social é preciso traçar acções e políticas públicas claras que garantam, por um lado, o fortalecimento da identidade e a preservação da cultura local e, por outro, a vitalidade criativa, a circulação da informação cultural, a geração de rendimento e emprego, melhorando a qualidade de vida dos cidadãos.

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Introducing Cape Verde

Most people only know Cape Verde through the haunting mornas (mournful songs) of Cesária Évora. To visit her homeland – a series of unlikely volcanic islands some 500km off the coast of Senegal – is to understand the strange, bittersweet amalgam of West African rhythms and mournful Portuguese melodies that shape her music.

It’s not just open ocean that separates Cape Verde from the rest of West Africa. Cool currents, for example, keep temperatures moderate, and a stable political and economic system help support West Africa’s highest standard of living. The population, who represent varying degrees of African and Portuguese heritage, will seem exuberantly warm if you fly in straight from, say, Britain, but refreshingly low-key if you arrive from Lagos or Dakar.

Hot Top Picks For Cape Verde

1 Mt Fogo
Huff to the top of this stunning, cinder-clad mountain, the country’s only active volcano and, at 2829m, its highest peak.

2 Mardi Gras
Down quantities of grogue, the rumlike national drink, and dive into the colour and chaos in Mindelo.

3 Santo Antão
Hike over the pine-clad ridge of the island, then down into its spectacular canyons and verdant valleys.

4 Windsurfing
Head to the beaches of Boa Vista, and fill your sail with the same transatlantic winds that pushed Columbus to the New World.

5 Traditional music
Watch musicians wave loved ones goodbye with a morna or welcome them back with a coladeira.

6 Cidade Velha
Becomes Cape Verde's first World Heritage site in June 2009.
The town of Ribeira Grande de Santiago, renamed Cidade Velha (Old Town) in the late 18th century, was the first European colonial outpost in the tropics.
Located in the south of the island of Santiago, the town features some of the original street layout impressive remains including two churches, a royal fortress and Pillory square with its ornate 16th century marble pillar.