Djarfogo – uma das mais belas ilhas do nosso arquipélago. Antes denominada por São Filipe, mais tarde – Ilha do Fogo – nome expressivo, atribuido em honra ao imponente e representativo Vulcão, seu ex-libris e um dos símbolos mais notáveis de Cabo Verde.
Descoberta em 1460, juntamente com as ilhas de Santiago e Maio. De origem vulcânica e situada a oeste de Santiago, com cerca de 476 km2, ali fica o ponto mais alto de Cabo Verde – com uma beleza espectacular, natural e enigmática – contagia todos que a visita.
Desde o início da sua descoberta e povoamento, parece ter sentido os efeitos da mudança no seu equilíbrio natural, continuando, ainda que, intermitentemente, por largos anos, a irradiar a sua energia, como se querendo demonstrar, a sua majestosa presença.
Moldado pela natureza e as adversidades da vida, o Foguense é humilde e leal – descritos pelo seu poeta -maior, Pedro Cardoso, como de «peto de bronze, alma de cetim».
A ânsia de ultrapassar as barreiras e construir um futuro melhor, foi e deve continuar a guiar-nos, em especial servir de alavanca para a nossa emancipação enquanto ser social.
Segundo Germano Almeida, no livro «CABO VERDE, VIAGEM PELA HISTÓRIA DAS ILHAS», em 1582, a Ilha do Fogo, tinha cerca de 2300 pessoas, das quais 300 eram homens livres e 2000 escravos, vivendo da plantação do algodão e videira, cujo os produtos eram exportados para Guiné e Brasil. A vida dos Foguenses, nunca foi fácil, para além da falta da liberdade, houve períodos de sofrimentos que marcaram a história da ilha.
A primeira grande fome que se tem memória na ilha, ocorreu em 1719, e depois veio o de 1759, nesse ano houve uma tremenda erupção vulcânica, projectando areias que atingiram as ilhas da Brava e Santiago, provocando estragos no pasto e agricultura – as chuvas de areia, eram como lágrimas a querer expressar o desespero que a ilha estava passando, pelo abandono do poder central. Nos meados de 1773, uma outra terrível fome pairou na ilha, provocada pela escassez de chuva e de apoio do governo central, ceifando muitas vidas. Essa terrivel ocorrência, foi agravada pelo decreto que proibia o livre comércio dos produtos local com o exterior.
Entre 1941 a 1942, outra catástrofe humana ocorreu no Fogo, causando inumeras perdas de vidas e bens materiais. Relata Germano Almeida, que mais de 7500 pessoas, cerca de 31% da população desapareceu durante aquela crise. Perante tal desepero, alguns Foguenses, resolveram denunciar as calamidades sociais, mas, em vez de receberem apoio para combater os males, foram presos, deportados e humilhados.
Com a independência nacional em 1975, a ilha ganhou alguma dinâmica, embora limitada, por constrangimentos vários, desde logo, a falta de infraestruturas físicas e ligação marítima e aérea eficiente que facilita o contacto com a capital do país. Muitos dos seus filhos hoje vivem na diáspora – e sentem se tristes, ao ver que não existe vontade política e perspectivas claras de desenvovimento para a ilha que os viu nascer.
Passado mais de 3 décadas, desde que os caboverdianos assumiram o seu próprio destino e apesar de muitos dos responsáveis dos sucessivos governos no poder serem filhos de Djarfogo, a ilha continua num grande marasmo e ao mercê do destino.
Djarfogo terra sabi, de beleza, de esperança, de harmonia, de bom convívio entre as suas gentes e a natureza, espera por dias de progresso e igualdade na diversidade, onde cada um pode participar, contribuindo para o seu engrandecimento e de Cabo Verde.
Administrativamente dividida em três concelhos – São Filipe, Mosteiros e Santa Catarina, a ilha precisa de um novo despertar.
São Filipe, a cidade dos famosos sobrados, detêm parte significativa do património histórico nacional que merece ser preservado e estudado, pois, representa o passado, o presente e o futuro deste nosso Cabo Verde, que se almeja mais e melhor para todos os seus filhos.
Outrora em São Filipe, hoje um pouco por todo o concelho, entre 25 de Abril a 1 de Maio, comemora se a «Festa de San Filipe», que atrai grande público, nacional e da diáspora, durante cerca de duas semanas. Mas, em Djarfogo, comemora-se, entre outras, de 21 de Janeiro a 15 de Fevereiro, a «Banderona» em Campanas de Baixo e bem assim as «Festas Juninas» por toda a ilha.
Se se observar atentamente, Djarfogo está constantemente a celebrar as suas festas tradicionais, um excelente atrativo turístico ainda por explorar a nível económico.
Mosteiros, com as suas particularidades e identidade própria – dispõe de terras aráveis onde se produz o célebre Café do Fogo, uma das melhores do mundo, saboreado e comentado pelos caboverdianos e não só.
Santa Catarina, o nóvel concelho criado na freguesia com o mesmo nome, situado ao redor do imponente Vulcao do Fogo, com uma vista deslumbrante, tem potencialidades natural e humana para contribuir para o desenvolvimento da ilha do Fogo e de Cabo Verde. Chã das Caldeiras onde se produz o famoso Vinho do Fogo, é um destino turístico por excelência e tal como toda a ilha clama pelo lugar a que tem direito no contexto económico nacional.
A festividades de San Filipe, deve extravassar os comes e bebes e também servir para (re)pensar o desenvolvimento de Djarfogo – por forma a garantir uma vida com dignidade aos que ali vive e labuta.
Djarfogo, bem haja!
Descoberta em 1460, juntamente com as ilhas de Santiago e Maio. De origem vulcânica e situada a oeste de Santiago, com cerca de 476 km2, ali fica o ponto mais alto de Cabo Verde – com uma beleza espectacular, natural e enigmática – contagia todos que a visita.
Desde o início da sua descoberta e povoamento, parece ter sentido os efeitos da mudança no seu equilíbrio natural, continuando, ainda que, intermitentemente, por largos anos, a irradiar a sua energia, como se querendo demonstrar, a sua majestosa presença.
Moldado pela natureza e as adversidades da vida, o Foguense é humilde e leal – descritos pelo seu poeta -maior, Pedro Cardoso, como de «peto de bronze, alma de cetim».
A ânsia de ultrapassar as barreiras e construir um futuro melhor, foi e deve continuar a guiar-nos, em especial servir de alavanca para a nossa emancipação enquanto ser social.
Segundo Germano Almeida, no livro «CABO VERDE, VIAGEM PELA HISTÓRIA DAS ILHAS», em 1582, a Ilha do Fogo, tinha cerca de 2300 pessoas, das quais 300 eram homens livres e 2000 escravos, vivendo da plantação do algodão e videira, cujo os produtos eram exportados para Guiné e Brasil. A vida dos Foguenses, nunca foi fácil, para além da falta da liberdade, houve períodos de sofrimentos que marcaram a história da ilha.
A primeira grande fome que se tem memória na ilha, ocorreu em 1719, e depois veio o de 1759, nesse ano houve uma tremenda erupção vulcânica, projectando areias que atingiram as ilhas da Brava e Santiago, provocando estragos no pasto e agricultura – as chuvas de areia, eram como lágrimas a querer expressar o desespero que a ilha estava passando, pelo abandono do poder central. Nos meados de 1773, uma outra terrível fome pairou na ilha, provocada pela escassez de chuva e de apoio do governo central, ceifando muitas vidas. Essa terrivel ocorrência, foi agravada pelo decreto que proibia o livre comércio dos produtos local com o exterior.
Entre 1941 a 1942, outra catástrofe humana ocorreu no Fogo, causando inumeras perdas de vidas e bens materiais. Relata Germano Almeida, que mais de 7500 pessoas, cerca de 31% da população desapareceu durante aquela crise. Perante tal desepero, alguns Foguenses, resolveram denunciar as calamidades sociais, mas, em vez de receberem apoio para combater os males, foram presos, deportados e humilhados.
Com a independência nacional em 1975, a ilha ganhou alguma dinâmica, embora limitada, por constrangimentos vários, desde logo, a falta de infraestruturas físicas e ligação marítima e aérea eficiente que facilita o contacto com a capital do país. Muitos dos seus filhos hoje vivem na diáspora – e sentem se tristes, ao ver que não existe vontade política e perspectivas claras de desenvovimento para a ilha que os viu nascer.
Passado mais de 3 décadas, desde que os caboverdianos assumiram o seu próprio destino e apesar de muitos dos responsáveis dos sucessivos governos no poder serem filhos de Djarfogo, a ilha continua num grande marasmo e ao mercê do destino.
Djarfogo terra sabi, de beleza, de esperança, de harmonia, de bom convívio entre as suas gentes e a natureza, espera por dias de progresso e igualdade na diversidade, onde cada um pode participar, contribuindo para o seu engrandecimento e de Cabo Verde.
Administrativamente dividida em três concelhos – São Filipe, Mosteiros e Santa Catarina, a ilha precisa de um novo despertar.
São Filipe, a cidade dos famosos sobrados, detêm parte significativa do património histórico nacional que merece ser preservado e estudado, pois, representa o passado, o presente e o futuro deste nosso Cabo Verde, que se almeja mais e melhor para todos os seus filhos.
Outrora em São Filipe, hoje um pouco por todo o concelho, entre 25 de Abril a 1 de Maio, comemora se a «Festa de San Filipe», que atrai grande público, nacional e da diáspora, durante cerca de duas semanas. Mas, em Djarfogo, comemora-se, entre outras, de 21 de Janeiro a 15 de Fevereiro, a «Banderona» em Campanas de Baixo e bem assim as «Festas Juninas» por toda a ilha.
Se se observar atentamente, Djarfogo está constantemente a celebrar as suas festas tradicionais, um excelente atrativo turístico ainda por explorar a nível económico.
Mosteiros, com as suas particularidades e identidade própria – dispõe de terras aráveis onde se produz o célebre Café do Fogo, uma das melhores do mundo, saboreado e comentado pelos caboverdianos e não só.
Santa Catarina, o nóvel concelho criado na freguesia com o mesmo nome, situado ao redor do imponente Vulcao do Fogo, com uma vista deslumbrante, tem potencialidades natural e humana para contribuir para o desenvolvimento da ilha do Fogo e de Cabo Verde. Chã das Caldeiras onde se produz o famoso Vinho do Fogo, é um destino turístico por excelência e tal como toda a ilha clama pelo lugar a que tem direito no contexto económico nacional.
A festividades de San Filipe, deve extravassar os comes e bebes e também servir para (re)pensar o desenvolvimento de Djarfogo – por forma a garantir uma vida com dignidade aos que ali vive e labuta.
Djarfogo, bem haja!
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